27 de jan. de 2012

Clara foi homenageada hoje por Nelson Motta em sua coluna no Jornal da Globo. Só podiam ter dado créditos de algumas fotos usadas, extraídas da biografia que redigi. Mas tá valendo a homenagem, embora 'Lenda das sereias' não tenha sido samba-de-enredo da Portela (e sim do Império Serrano) e jamais foi gravada por Clara.

http://g1.globo.com/videos/jornal-da-globo/t/edicoes/v/clara-nunes-foi-a-guerreira-da-musica-brasileira/1787866/
g1.globo.com
Se estivesse viva, Clara Nunes faria 70 anos em 2012. Ela começou cantando músicas românticas, mas só encontrou o sucesso ao interpretar sambas, especialmente de sua querida Portela, e ritmos afro-brasileiros e deixou sua voz marcada no Brasil

VAGNER FERNANDES

e tem maisssssssssssssssssss:

Ela mora no mar, brinca na areia e desfila na Sapucaí




O canto da guerreira serenou o mar, espantou a tristeza, arrastou multidões e deixou um rastro de saudade depois da partida. Vinte e nove anos após sua morte, Clara Nunes permanece viva na memória dos amantes da boa música e, especialmente, dos portelenses. No ano em que faria 70 anos, a tal mineira de Paraopeba será destaque no maior espetáculo da Terra. E a homenagem é dupla. Clara Nunes é uma das inspirações do enredo da Portela sobre as festas da Bahia, em um dos sambas mais festejados deste ano. No sábado de carnaval, a Paraíso do Tuiuti abre os trabalhos do Grupo de Acesso e eleva Clara da inspiração ao protagonismo. A cantora que eternizou "Morena de Angola" é o enredo da escola de São Cristóvão, na briga por uma vaga no Grupo Especial ano que vem. Para representar Clara Nunes na comissão de frente, a escola convidou a atriz, cantora e ex-rainha de bateria da Viradouro Patrícia Costa. - Tinha 8 anos quando fui à quadra da Portela pela primeira vez. Enquanto a Clara Nunes cantava, tinha uma aura em volta dela. Parecia o Sol - lembra Patrícia, neta de Cláudio Bernardo da Costa, um dos fundadores da azul e branco. Samba, liberdade e paixão Da paixão pelo avô, Patrícia herdou também o amor pelo samba e pela Portela. A estreia no carnaval aconteceu em grande estilo. Em 1984, ano da inauguração do Sambódromo, a escola de Madureira trouxe um enredo que homenageava os bambas Paulo da Portela, Natal e, sempre ela, Clara Nunes. Patrícia veio em um carro alegórico e comemorou o título, dividido com a Mangueira. Mas a vontade mesmo era sair no chão. Em 1990, realizou o sonho e ganhou o Estandarte de Ouro de revelação. O prêmio, como não poderia deixar de ser, foi entregue pelo avô. - Fiz balé, jazz, sapateado, mas foi no samba que eu me encontrei. É a dança da liberdade - destaca. De Madureira, seguiu para Niterói, onde reinou à frente da bateria da Viradouro de 1992 a 1998 e em 2011. Levantou mais um trófeu de campeã em 1997, ano da "paradinha funk", criação do Mestre Jorjão. - Foi um desfile impressionante. Tinha muita energia na Sapucaí - recorda. Completando a festa, Patrícia volta à Portela este ano, convidada pelo carnavalesco Paulo Menezes. - Vou sair em um carro alegórico, mas, como sempre, vou defender a dança do samba - garante. No estúdio fotográfico, simpatia e samba-enredo para descontrair "Quem samba na beira do mar é sereia", cantava Clara Nunes. Quem samba na avenida, no estúdio fotográfico ou em qualquer lugar é quem nasceu para brilhar no carnaval, caso de Patrícia Costa. Ao posar para as fotos no GLOBO, ela deixou isso claro, demonstrando carisma. - O carinho das pessoas é o combustível - afirma. Para transformar Patrícia em Clara, o maquiador Marcello Arruda mergulhou em um trabalho de pesquisa. - Vi que a maquiagem usada na época era mais suave. Usei base e sombra em tons neutros - conta ele, que teve a ajuda de um livro levado por Patrícia, com diversas fotos de Clara Nunes. A produção ficou completa com uma bata e uma saia de laise, tecido 100% algodão. Roupas brancas, claro, sob a inspiração das religiões afrobrasileiras, que marcaram presença na vida e na obra da cantora. Tudo pronto, todos a postos, chegou a hora da sessão de fotos. Quer dizer, quase tudo pronto. Faltava o samba. Patrícia só se sentiu à vontade para evoluir no estúdio depois que os primeiros acordes de "Morena de Angola" saíram das caixas de som. Para encerrar, um pedido: o samba-enredo da Portela. Com a proteção de todos os guias, "com Clara Guerreira à Bahia," o trabalho estava feito. Enquanto isso, no barracão... Depois de homenagear Arlindo Cruz em 2002, Cartola em 2008, e conquistar o título do Grupo de Acesso B no ano passado, contando a história do doce bárbaro Caetano Veloso, a Paraíso do Tuiuti reforça a tradição de enredos sobre personalidades e vai levar para a avenida um desfile contando a trajetória de Clara Nunes. - Quando eu cheguei à escola, o presidente (Renato Thor) me pediu um enredo sobre alguém ligado à cultura brasileira. Tinha acabado de ler o livro "Guerreira da utopia", do Vagner Fernandes, e sugeri o nome da Clara. Ele adorou a ideia, disse que tinha um CD dela no carro - conta o carnavalesco Jack Vasconcelos. Para celebrar a Guerreira, como Clara era conhecida, o coreógrafo Fábio Batista desenvolveu os movimentos da comissão de frente baseados em danças folclóricas, como samba de roda, forró e maracatu. - Pesquisei os trejeitos da Clara Nunes. E por isso eu convidei a Patrícia Costa, por causa da movimentação e da interpretação. Sempre acompanhei o trabalho como rainha de carnaval e o samba dela tem um quê diferente - diz Batista, responsável pela comissão de frente. Além da dança, a coreografia prevê que Patrícia vai subir em uma espécie de tripé durante o desfile. - A coreografia é uma celebração da chegada da Clara Nunes em outro plano. A Patrícia é o pivô e os outros 14 componentes vêm como anjos e orixás - revela. Ao longo do desfile - com cinco carros alegóricos, nove alas e cerca de 2.200 componentes - o foco vai permanecer na carreira de Clara como cantora, conta o carnavalesco: - Ela não cantava qualquer coisa. Escolhia muito bem o repertório. A melhor forma de contar a história dela é falar das músicas. Vasconcelos disse ainda que o trabalho de pesquisa contou com a ajuda da irmã mais velha da cantora, responsável pelo acervo. Maria Gonçalves, conhecida como "Mariquita", recebeu o presidente, Renato Thor, e o diretor de carnaval, Leandro Azevedo, em uma visita ao interior de Minas. - A escola vem muito bonita. Não vai ser um carnaval só para passar na avenida - reforça o carnavalesco.

http://br.noticias.yahoo.com/mora-mar-brinca-areia-desfila-sapuca%C3%AD-020000401.html


AGORA UM PULINHO NA PARAÍSO DE TUIUTI PARA VER COMO ESTÃO OS PREPARATIVOS PARA ´´ CLAREAR A AVENIDA´´!!!

Levar para a Sapucaí a obra musical de uma das maiores intérpretes da música popular brasileira, essa é a proposta do Paraíso do Tuiuti, escola campeã do Grupo de Acesso B no ano passado e que terá a missão de abrir os desfiles do Grupo de Acesso A no sábado de carnaval. Com desenvolvimento do carnavalesco Jack Vasconcelos, a Azul e Amarela de São Cristóvão cantará a história musical de Clara Nunes e espera fazer um bom papel para permanecer na divisão de acesso à elite do samba.


- Vamos fazer uma homenagem à obra musical de Clara Nunes. Não é um enredo biográfico. É importante que as pessoas saibam disso. Vamos mostrar a Clara da maneira que ela gostaria de ser vista, não como algumas pessoas gostam de vê-la. As pessoas, ás vezes, podem achar que tem pouco samba, pouca roupa de santo, mas ela não era só isso. Vamos expandir a Clara Nunes – explica Jack.


Na abertura do desfile o carnavalesco tentará fazer com que as pessoas o porquê de Clara ter se tornado o ícone que foi. Para isso, o berço musical e familiar da cantora ganha menção. O pai dela era violeiro de folia de reis e, em sua casa, havia reuniões onde eram entoados os cânticos. Clara, inclusive, chegou a cantar na igreja quando criança e vem de sua infância o apego às questões religiosas e às tradições populares. O objetivo é mostrar que a cantora veio ao mundo com a missão de levar música, amor e alegria ao povo. No primeiro setor estão incluídos a comissão de frente, a velha guarda, que estará vestida de folia de reis e uma ala na frente do abre-alas.


- O segundo setor são as músicas que retratam o amor que a Clara tinha pela natureza. Ela tinha uma relação forte com a natureza desde pequena e cantou isso. Cantou as flores, a praia, o interior, o serrado. Ela tentou traduzir o Brasil. A alegoria desse setor é o mar. Por incrível que pareça, ela vem de um lugar que não tem mar, que é Minas Gerais, mas quando chega ao Rio é uma paixão imediata. O apego dela com isso é muito interessante.


O Brasil Mestiço, traço forte da carreira de Clara Nunes, aparece no terceiro setor, que retrata a formação cultural do povo brasileiro. As canções falando de questões raciais e miscigenação foram uma constante na vida da guerreira.


- A Clara deixou um verdadeiro tratado em relação a isso. As relações de casa grande e senzala são bem enfatizadas nas obras dela. Tudo isso culmina na questão religiosa. Ela ficou conhecida na época como uma cantora de macumba, porque se vestia de branco, cantava e louvava os orixás. É impressionante como no Brasil se rotula muito as pessoas. Parece que é preciso de um rótulo para ser posicionado na sociedade e a Clara sofreu com isso. Muita gente fala que o desfile do Tuiuti vai ser uma macumbada. Não é nada disso. Não que sejamos contra, mas a Clara é muito mais do que isso. A origem dela é espírita e ela conheceu o candomblé e a umbanda ao chegar no Rio. Misturou tudo, como todo brasileiro faz(risos), mas a religião afro-brasileira só é possível graças a miscigenação – diz ele, lembrando que a bateria e ala das baianas estarão nesse setor.


O quarto setor mostrará a Clara Nunes sambista, faceta que ficou mais conhecida no Rio de Janeiro. Jack lembra que a cantora deixou claro em diversas entrevistas que não queria ser lembrada somente como sambista ou cantora religiosa, mas como uma cantora de música popular brasileira. De fato, ela cantou frevo, forró, marcha-rancho e alguns outros ritmos. O carnavalesco disse que é um setor com forte carga emotiva.


- Foi a primeira cantora de expressão a dar voz ao compositor do morro, aquele cara que não era conhecido. Ela apenas se encontrou no samba, não veio de uma família de sambistas. Tem o Clube do Samba, que ajudou João Nogueira a fundar. Frequentou o morro da Mangueira, o morro da Serrinha e, é claro, vamos terminar com uma menção à Portela. Ela virou ícone da escola e todos esperavam para vê-la na Azul e Branco.


O último setor vai mostrar o lado mais popular de Clara Nunes. O Tuiuti pretende mostrar o povo que ela cantou e não deixa a obra se acabar. Os retirantes, os nordestinos, os trabalhadores, as figuras populares, o pescador, a cozinheira, todo esses tipos foram cantados por Clara. Jack Vasconcelos ressalta que isso passa de geração em geração e, hoje, já é possível encontrar filhos de fãs da cantora que receberam o legado.


Jack conta que o presidente Renato Thor e o diretor de carnaval da escola, Leandro Azevedo, foram até Caetanópolis, cidade natal da cantora, e foram muito bem recebidos pela irmã mais velha de Clara, Dona Mariquita, que ficou bastante emocionada com a homenagem e colaborou com livros e um material importante com depoimentos para complementar a pesquisa do carnavalesco. Em Caetanópolis, inclusive, existe um festival cultural anualmente para que a população possa conhecer o trabalho da intérprete.


A coreografia nas alegorias, artifício cada vez mais usado no carnaval atualmente, estará presente no segundo carro do Tuiuti. Um grupo de 38 pessoas coreografado por Andreia de Cássia, coreógrafa que trabalha com Jack desde 2009, simularão as ondas do mar. Presenças como as da velha guarda da Portela, no quarto carro, e de Alcione, no chão, estão confirmadíssimas.


Um ponto relevante do histórico da escola é o fato de sempre trazer para a Avenida enredo com forte relevância cultural. Para o carnavalesco, a característica pesou bastante no momento em que aceitou o convite para trabalhar no Paraíso do Tuiuti.


- É um alívio. Vou trabalhar numa escola que não me dará um presente de grego para desenvolver. Na verdade, as escolas assumem essas ideias ''maravilhosas'', mas quem responde por elas antes, durante e depois do carnaval é o carnavalesco. Ele que será lembrado por ter feito aquele enredo ridículo. A Tuiuti não tem patrono, é uma escola de comunidade que luta com seus próprios recursos e muito família. É muito legal ver a Tuiuti se posicionar dessa maneira no mundo do samba, custe o que custar. O enredo já sensibiliza bastante. Vamos tentar equilibrar o aspecto técnico com o emocional. O Tuiuti é uma escola que já emociona normalmente pelo seu chão forte. Com o trabalho feito no barracão tem tudo para ser maravilhoso. Outra coisa legal é que fomos a última escola a desfilar competindo no carnaval do ano passado, desfilamos como a última da terça-feira. E agora seremos a primeira a desfilar no novo Sambódromo competindo. É bem legal fechar e abrir os ciclos. É a ponte do que passou para o que vai ficar.


Ultimamente no Grupo de Acesso A, tal qual no Grupo Especial, as escolas que abrem a noite de desfiles têm sido rebaixadas. Jack garante que o fato não lhe preocupa, apesar de não saber como é ser a primeira a desfilar.


- Quando você vai bolar uma escola, se preocupa mais se estará de dia ou de noite. Acho que temos uma vantagem. Desfilaremos às 21h, é um horário muito bom, tranquilo para colocar as pessoas na concentração, elas não estarão caindo de bêbadas. O nosso barracão fica muito bem localizado, ao lado da concentração, e vamos sair armados daqui de dentro. Se será legal ser a primeira eu ainda não sei, mas não preocupo tanto com isso. Acho que temos um bom enredo para abrir a festa, chama a atenção. Não seremos a escola do xixi(risos), aquela que você escolhe para ir no banheiro – disse Jack. Vale lembrar que o barracão da escola de São Cristóvão fica na rua Benedito Hipólito, paralela à Avenida Presidente Vargas, que serve de concentração. É o barracão mais próximo do Sambódromo entre todas as escolas dos Grupos Especial, Acesso A e B.


Apesar de já ter desfilado no Grupo Especial, em 2001, o Paraíso do Tuiuti busca o primeiro título da divisão de acesso à elite do carnaval carioca de sua história.

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