Toda a vida cabe num bar, como se fosse o lar de onde nós perdemos a estação em que Deus tem realmente piedade de nós e nos enche de pecado e salvação..
Lupicídio Rodrigues, pela mão de quem entrei à noite de Porto Alegre, tem um lugar ete
rno na vida iluminada dos bares da cidade. Com ele aprendi os segredos mais dourados que a noite deixa no coração dos homens.
(...)
Certa vez, em 1974, chegava em Porto Alegre o espetáculo BRASILEIRO, PROFISSÃO ESPERANÇA com crônicas e músicas de Antônio Maria. Um espetáculo sublime e inesquecível com Clara Nunes e Paulo Gracindo. Eu era amigo de Clara desde 1970, e sempre que vinha à cidade saíamos por um roteiro boêmio. Quando fui buscá-la nos camarins do Teatro da Ospa, Paulo Gracindo falou:
- Não me deixem, eu quero ir com vocês. Faça-me o favor de acompanhar-me a uma boate.
Aceitamos o convite e fomos à Macumba, dirigida por Claudinho Pereira, na José do Patrocínio. Quando chegamos, o ambiente estava lotado. Era sábado. Houve uma avalanche em torno de Paulo Gracindo. Além de grande ator, ele era o maior sucesso da Rede Globo. Clara Nunes passou despercebida. Então, disse:
- Vamos ao nosso território, como chamava o Danilo Ucha, uma legenda da vida boêmia da cidade.
Quando entramos no Chão de Estrela, Cléa Ramos puxou uma música do repertório de Clara. O público a reconheceu e foi o maior aplauso que já ouvi a uma cantora num bar. Cantou todos os seus sucessos. Seu Paulo, como Clara chamava, ficou à mesa comigo, aplaudindo. Depois, madrugada alta, fomos ao palco, eu e ele, para um recital poético. A casa repleta ouviu em silêncio.
Diego Mendes Sousa
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Certa vez, em 1974, chegava em Porto Alegre o espetáculo BRASILEIRO, PROFISSÃO ESPERANÇA com crônicas e músicas de Antônio Maria. Um espetáculo sublime e inesquecível com Clara Nunes e Paulo Gracindo. Eu era amigo de Clara desde 1970, e sempre que vinha à cidade saíamos por um roteiro boêmio. Quando fui buscá-la nos camarins do Teatro da Ospa, Paulo Gracindo falou:
- Não me deixem, eu quero ir com vocês. Faça-me o favor de acompanhar-me a uma boate.
Aceitamos o convite e fomos à Macumba, dirigida por Claudinho Pereira, na José do Patrocínio. Quando chegamos, o ambiente estava lotado. Era sábado. Houve uma avalanche em torno de Paulo Gracindo. Além de grande ator, ele era o maior sucesso da Rede Globo. Clara Nunes passou despercebida. Então, disse:
- Vamos ao nosso território, como chamava o Danilo Ucha, uma legenda da vida boêmia da cidade.
Quando entramos no Chão de Estrela, Cléa Ramos puxou uma música do repertório de Clara. O público a reconheceu e foi o maior aplauso que já ouvi a uma cantora num bar. Cantou todos os seus sucessos. Seu Paulo, como Clara chamava, ficou à mesa comigo, aplaudindo. Depois, madrugada alta, fomos ao palco, eu e ele, para um recital poético. A casa repleta ouviu em silêncio.
Diego Mendes Sousa
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