10 de mar. de 2011

Nelson Cavaquinho presente em todos os momentos do desfile da Mangueira

Vicente Almeida | Carnavalesco | 24/02/2011 19h08

Foto: Vicente AlmeidaA Estação Primeira de Mangueira prepara uma homenagem para aquele que foi um de seus maiores expoentes. Para contar a vida e a obra de Nelson Cavaquinho, os carnavalescos da verde e rosa, Wagner Gonçalves e Mauro Quintaes, tiveram a ajuda do pesquisador Sérgio Cabral, o pai, e da cantora Beth Carvalho. A famosa, mangueirense que regravou diversas obras de Nelson, relatou com propriedade o comportamento, as manias e a história do "filho fiel". Depois de perder a oportunidade de cantar Cartola, que foi um de seus fundadores e referência da música popular brasileira, a velha manga busca emocionar público e jurados com o autor de "Folhas secas".

- Temos um enredo biográfico e estamos preparando um desfile diferente de outros que homagearam pessoas na avenida. Estamos criando um espetáculo de leitura fácil. Quem olhar para as alegorias e fantasias vai entender o que está sendo contado. O mangueirense gosta de ver a escola e saber exatamente do que o desfile está falando. Um dos nossos maiores trunfos é a simplicidade. Com isso esperamos acertar em cheio o coração do componente, pois quando pisamos na avenida já da para a gente saber se o desfile vai ou não "acontecer" - explicou o diretor de carnaval Jeferson Carlos.

O desfile começa contando a vida de Nelson Cavaquinho. O carro abre-alas batizado de "A Mangueira me chama" sintetiza o desejo profundo da escola de trazer o baluarte de volta para a avenida. O desfile mostrará, neste primeiro momento, desde a a chegada do compositor ao morro da Mangueira até a fase em que trocava suas composições por produtos de necessidade básica de sua casa.

Uma grande atração deste início é o trecho em referência ao bar Zicartola, que ficou famoso na noite carioca por ser propriedade de Dona Zica e Cartola. Pelos palcos do "boteco" passaram diversas personalidade da MPB e dali surgiram nomes como Paulinho da Viola. A partir do Zicartola é que as rodas de samba foram popularizadas pelo Rio de Janeiro, incluíndo o famoso encontro de bambas do Teatro Opinião às segundas-feiras.

Casal novamente na frente da bateria

No último carnaval a bateria "surdo um" levantou a Sapucaí. Não apenas pelo ritmo e cadência, mas também pelo fato de ter trazido seus integrantes cercados por grades, como se estivessem presos pela opressão militar. Novamente, a diretoria prepara uma surpresa que promete sacudir a avenida. A fantasia dos componentes é um dos grandes mistérios do desfile da verde e rosa. Outro segredo guardado a sete-chaves é a roupa do casal de mestre-sala e porta-bandeira Raphael e Marcella. Diferentemente dos últimos anos a direção da Mangueira decidiu trazer os dançarinos para a posição tradicional, na frente da bateria.

Após passar pela vida de Nelson Cavaquinho, o desfile versará sobre as composições do poeta. Quem nunca ouviu obras-primas musicais como "A flor e o espinho", "Juízo final", "Sempre Mangueira", entre outras. Essas canções serão lembradas em alas na segunda metade da verde e rosa.

Uma dessas alas, mimo de toda a direção mangueirense, é a das baianas. A fantasia representa um dos maiores sucessos de Nelson Cacaquinho, a música "Folhas secas". As senhoras do morro da Mangueira estão radiantes com a produção de suas roupas. O costeiro original, todo feito em faisão, foi substituído por uma pluma mais resistente, pois as penas estavam quebrando com o girar das baianas. Mesmo assim a roupa não perdeu nada de seu encanto. - Nossa preocupação maior foi valorizar a ala. Isso é bom para a Mangueira e para o samba. Além das senhoras terem adorado. É uma de nossas roupas mais caras, mas a satisfação vale cada centavo empregado - concluiu Jeferson.

Os passistas também foram valorizados na concepção das fantasias. Os donos do samba no pé representarão " a garça e o boêmio". Nem sempre as diretorias e carnavalescos dão o devido valor para esses componentes. O que na Mangueira não aconteceu. Um dos fatores apontado pelo diretor de carnaval foi o trabalho de pesquisa que a fantasia da ala de passistas demandou, principalmente no traje masculino feito em linho puro com risca de giz. - Ainda não fiz o levantamento de valores que gastamos com essas roupas, mas digo que não foi pouco. A roupa do passista masculino é inteira de linho original. Quem é do meio sabe que esse não é um material dos mais baratos, ainda mais com riscas de giz.

Tema recorrente em toda obra de Nelson Cavaquinho, a desilusão amorosa e a hora da morte marcam presença no último setor do desfile. Histórias pitorescas da vida de Nelson, como ele ter sonhado que morreria as três horas da manhã estão representadas em uma das alegorias da escola. Nelson ficou tão cismado com essa história que para atrasar o relógio.

No encerramento, a Mangueira faz uma grande festa para louvar um de maiores seus poetas. Com quatro mil componentes, divididos em 35 alas e oito alegorias, a verde e rosa entrará na Marquês de Sapucaí, com a espeança que a emoção supere as dificuldades financeiras e soltar o grito de campeã, conquistando um título que não vem desde 2002.

ORGANOGRAMA

Comissão de Frente

Setor 1: "A Mangueira me chama"

Baianinhas: "Flores em vida"

Setor 2: "Boemia da Canção"

Setor 3: "Zicartola"

Casal de mestre-sala e porta-bandeira

http://www.sidneyrezende.com/noticia/122602+nelson+cavaquinho+presente+em+todos+os+momentos+do+desfile+da+mangueira

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