Anunciadas atrações do 21º Inverno Cultural da UFSJ

Demônios da Garoa, Maria Rita, NX Zero, Toni Garrido, Biquíni Cavadão em Barroso, Velha Guarda da Portela. Samba, MPB, reggae, pop rock. Esse o leque de atrações dos grandes espetáculos que formam a agenda de grandes espetáculos da vigésima primeira edição do Inverno Cultural da UFSJ.
Os grandes shows foram anunciados na manhã desta segunda, 16, pelo reitor Helvécio Luiz Reis e pelo coordenador do festival, professor Alberto Tibaji, em entrevista coletiva realizada no Solar da Baronesa. A agenda de espetáculos ainda está sendo montada, e será divulgada tão logo sejam fechados os contratos com os grupos. "Podemos adiantar, no entanto, que os shows de abertura e encerramento ficam a cargo do samba, com Demônios da Garoa no dia 12, e Velha Guarda da Portela, a escola do coração de Clara Nunes, no dia 26. Nada mais justo para uma cidade que tem no samba uma de suas mais tradicionais manifestações culturais", afirmou o reitor.
Além deles, Maria Rita apresenta seu mais recente trabalho, que também dialoga com o samba, universo da Guerreira. Com os Demônios da Garoa, a mineira compartilha a paixão pelas composições de Adoniran Barbosa. Com a filha de Elis Regina, a identificação vem pelo traço de exuberância nas performances e o gosto por composições de Chico Buarque e Gonzaguinha.
A ligação de Clara com a Velha Guarda da Portela é um capítulo à parte. Portelense de coração, a sambista foi por muitos anos porta-voz da escola. Dessa história de paixão nasceram hinos como Portela na avenida, de Paulo César Pinheiro e Mauro Duarte: "Portela é a deusa do samba, o passado revela/E tem a velha guarda como sentinela (...) Salve o samba/salve a santa/salve ela/Salve o manto azul e branco da Portela". Também foram vários os carnavais em que Clara desfilou com o azul e branco da escola. Até em sua despedida, a escola foi seu lar: Clara foi velada na quadra da Portela, sob vigília de centenas de portelenses como ela.
Evento que segue essa linha do tributo à Clara Nunes é o show que a sambista carioca Dorina vai fazer no dia 24 de julho, às 22h, no Espaço Cultural Inverno Reciclo, montado na tenda armada na Praça do Coreto. Reconhecida como um dos principais nomes da nova leva de sambistas que emerge no cenário cultural brasileiro, Dorina chega a São João del-Rei com um roteiro especial que relembra os principais momentos da carreira de Clara. Sob direção de Túlio Feliciano - que já trabalhou com outros bambas, como Zeca Pagodinho e Beth Carvalho, além ser grande admirador do trabalho de Clara -, o show traz sucessos eternizados na voz de Clara: Morena de Angola, Canto das três raças e A deusa dos orixás.
A convocação de Dorina para participar do festival ultrapassa sua condição de diva do samba, assim como Clara Nunes. Críticos e personalidades do gênero, como Sérgio Cabral e Dona Ivone Lara, costumam afirmar que as duas cantoras dialogam em muitos sentidos: potência vocal, temáticas abordadas nas canções que interpretam, a evocação de uma brasilidade miscigenada. "Nós duas somos portelenses, cantamos samba...", brinca Dorina, sobre as semelhanças com Clara. Mas reconhece: "Eu acho que as pessoas identificam pontos em comum em nós duas porque se tem uma coisa na Clara que eu admiro é a luta dela para mostrar esse Brasil mestiço em que vivemos, essa nossa identidade cultural que é só nossa e que admite tudo: todas as raças, todas as cores, todos os ritmos, todas as formas. Essa característica da Clara é algo que realmente me influenciou e que eu perpetuo e quero levar comigo sempre", explica Dorina.
Fonte: UFSJ