Ediouro lança primeira biografia de Clara Nunes
Se vocês querem saber quem eu sou, eu sou a tal mineira, filha de Angola, de Kêto e Nagô, não sou de brincadeira. Quem canta é Clara Nunes em Guerreira, música feita por Paulo César Pinheiro, seu último marido, e João Nogueira. Uma das maiores cantoras brasileiras ganha só agora a sua primeira biografia, Clara Nunes - Guerreira da Utopia, lançada pela Ediouro, como um marco inicial das comemorações dos 25 anos de sua morte, que se completam em 2008.No livro, o escritor e jornalista Vagner Fernandes volta ao ano de 1942, na pequena cidade do Cedro (atual Caetanópolis), no interior mineiro, para contar a história de Clara Francisca Gonçalves, a caçula de seis filhos, órfã de pai e mãe aos seis anos de idade. O texto é complementado por cópias de documentos, como sua certidão de nascimento e o registro de emprego das duas fábricas de tecidos em que trabalhou antes de largar tudo para se dedicar à música.Além disso, as 320 páginas trazem inúmeros registros fotográficos das várias fases da cantora, que tentou estilos diversos como as músicas românticas de seu primeiro disco, cujas vendas foram um fiasco. Ela também flertou com a Jovem Guarda, participou de um cem número de festivais universitários e só se encontrou com o samba na quadra da Portela. Será justamente na escola de samba carioca a festa de lançamento do livro, que acontecerá no próximo sábado.Foram quase dez anos de caminhos tortuosos no Rio de Janeiro até o disco Clara Nunes, de 1971. A partir dele, a mineira literalmente vestiu a camisa afro-brasileira, adotando roupas brancas, saias rodadas, colares que remetiam às guias da umbanda - religião que adotou por meio de uma amiga, no Rio, embora fosse também católica e kardecista - e os cabelos vermelhos.Os últimos dois capítulos tratam da polêmica que envolveu a morte de Clara, um choque anafilático (reação alérgica intensa) ocasionado por uma substância ainda desconhecida. As informações são do Jornal da Tarde Fonte: Agencia Estado - AE
Goiânia, 19/10/2007
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